Tá, empresários, pagaremos R$ 2,50.
No dia em que os ônibus pararem de quebrar no meio do caminho, nos obrigando a esperar sabe-se lá quanto tempo por outro – que provavelmente já estará lotado. Pagaremos R$ 2,50 quando toda a frota vier equipada com ar-condicionado e cadeiras inteiras. Quando os motoristas pararem de pôr Especial nos letreiros luminosos por questão de atraso ou preguiça. Aliás, quando estes mesmos senhores pararem de fingir não ver passageiros nas paradas, quando souberem respeitar a lotação máxima de cada ônibus. Pagaremos R$ 2,50 quando ocorrer, finalmente, a licitação de novos veículos e quando a frota existente for atualizada – afinal, é uma piada andar em veículos de, no mínimo, sete anos.
Pagaremos R$ 2,50 quando não mais formos obrigados a esperar 1h, 1h30 ou mais que isso nos pontos de ônibus desertos. Quando os motoristas deixarem de ignorar o retorno da Universidade Federal; quando não tivermos de nos amontoar feito animais para buscar lugares vazios ou mesmo subir nos veículos. Pagaremos R$ 2,50 quando houver respeito e coerência no sistema de transporte público em Maceió. Pagaremos R$ 2,50 quando não tivermos de nos submeter às máquinas de intimidade forçada que são os ônibus lotados. Pagaremos R$ 2,50 quando filas e catracas forem respeitadas, quando houver segurança nos ônibus, quando lucro for menos importante que o bem estar da população.
Infelizmente, ônibus são questão de extrema necessidade. Pagamos um valor abusivo que, a cada virada de ano, vemos crescer sem que cresça junto a qualidade. Classificar o absurdo é tão óbvio que está fora de moda. Ainda mais quando nos damos conta de que a maioria da população maceioense não tem condições de pagar tão caro, em todos os sentidos, para algo tão básico quanto se deslocar de um lugar a outro.
Uma coisa eu digo: se esse novo aumento for aprovado... Quem vai pular a catraca sou eu.