quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

RIVALIDADE NOSSA DE CADA DIA


Na manhã de dia 19 de dezembro de 2012, Namaria (Ana Maria Braga) – que é palmeirense NÃO praticante, creio – incentivando Thiaguinho a pedir desculpas por ter mandado o Palmeiras “Tomar no Cu” durante a comemoração do Bicampeonato Mundial do Corinthians. 

 Vamos lá, né?

Durante as comemorações do Título da Copa do Brasil, o chamado São Marcos, do alto de um trio elétrico parecido, vociferou: “Gambazada, presta atenção! Ano que vem não é o Boca, é o Verdão!” (pausa pra eu dar uma gargalhada aqui). Lembro que os parmeirense tudo acharam linduu, é ídolo e o escambau. Marcos é ídolo mesmo, todo o meu respeito depois de ter segurado a bola de Marcelinho no pênalti de 2000. E o maior rival do Palmeiras é o Corinthians, sem ressentimentos, vida que segue.



Léo, do Santos, fez algo parecido. Sheik respondeu à altura e aí, pronto, a conversa é de que não sabemos ganhar, que preguiça! É assim que o futebol SEMPRE seguiu, pedir desculpas é bobagem. Minha única ressalva está na responsabilidade dos jogadores e do artista em questão nos tempos de violência como o nosso. Ainda mais quando se usa a imprensa para isso. Então todo cuidado é pouco, ainda que o álcool corra nas veias das farras pós-título.


Rivalidade é o que eu chamo de discutir ~amigavelmente~ o tamanho do pau futebolístico em mesa de bar. De aparecer com o uniforme do time no trabalho/faculdade/escola só pra zoar os coirmãos depois de ter vencido um jogo - se de goleada, então, a galhofa é eterna. De compartilhar as montaginhas da zoeira nas redes sociais. De cantar o nome do rival nas arquibancadas e mandar o craque do time deles tomar no cu. O inimigo do seu adversário é seu amigo de infância durante uma partida. E, do sofá, vc reza para o seu novo BFF (Best Friend Forevah) meter um golaço no seu desafeto. Etc etc. Este é o corneta profissional, saudável, de raiz, tiro onda do rivale e me voy.

O anti é outra coisa, senhores. A própria torcida Corinthiana, que inventou o termo, é a mesma que o banalizou e equivoca-se sobre ele. Aliás, não só ela, por supuesto.

Vamos lá (parte II):

Anti é aquele cara que foi receber os jogadores do Boca Juniors no aeroporto. É o cara que inventou AND industrializou a camisa “Nunca Vou Parar de Rir”. É o cara que criou um site de bolão de apostas para quando o Corinthians caísse na Libertadores. É o cara que tá láááááá no Japão, o Timão faz um gol e ele levanta a faixa: “Chora Porco” (sim, surpreenda-se: corinthiano TAMBÉM pode ser anti). É o cara que trata de espalhar na internet um texto mentiroso sobre a ~compra~ (risos, muitos risos) do título do Corinthians de 98, da Libertadores e do Mundial de 2012 (o texto é o mesmo, só mudam os personagens. O triste é que há quem acredite). O anti diz que “não gosto de futebol, mas odeio o Corinthians” (Oi?).
Anti é aquele cara que abre uma conta em todos os sites/blogs esportivos possíveis e imagináveis SÓ pra comentar – e aloprar – na página do rival. O anti prefere ver seu time perder ao ver o outro ganhar. Sabe? Muuuuita energia dispensada pelo outro. Cansa a beleza só de pensar.

É basicamente esta a diferença entre o corneta profissional e o anti - que pode ser qualquer um, INCLUSIVE, um corinthiano.

Abro parêntese: não vou colocar neste rol o caso dos que surraram corinthianos na cidade de Santos ou do vizinho que esfaqueou e matou um corinthiano por conta da comemoração. Estes não são antis, sequer são torcedores. São criminosos mesmo. Fecho parêntese

Espero que tenha ficado claro e cêis não confundam mais. =)

É óbvio que a gente gosta do tom respeitoso dos rivais depois de ganhar títulos com tanta moral. Mas na hora que o bicho pega, honrarias e goleadas servem mesmo para esfregar na cara do adversário. E a carreata de comemoração só é linda se for do seu time. Do contrário, é um bando de vagabundo em pleno dia útil atrapalhando a rotina alheia. Ah, o futebol...

Um brinde à rivalidade nossa de cada dia!