Na
manhã de dia 19 de dezembro de 2012, Namaria (Ana Maria Braga) – que é
palmeirense NÃO praticante, creio – incentivando Thiaguinho a pedir desculpas
por ter mandado o Palmeiras “Tomar no Cu” durante a comemoração do Bicampeonato
Mundial do Corinthians.
Vamos
lá, né?
Durante
as comemorações do Título da Copa do Brasil, o chamado São Marcos, do alto de
um trio elétrico parecido, vociferou: “Gambazada, presta atenção! Ano que vem
não é o Boca, é o Verdão!” (pausa pra eu
dar uma gargalhada aqui). Lembro que os parmeirense tudo acharam linduu, é
ídolo e o escambau. Marcos é ídolo mesmo, todo o meu respeito depois de ter
segurado a bola de Marcelinho no pênalti de 2000. E o maior rival do Palmeiras
é o Corinthians, sem ressentimentos, vida que segue.
Léo,
do Santos, fez algo parecido. Sheik respondeu à altura e aí, pronto, a conversa
é de que não sabemos ganhar, que preguiça! É assim que o futebol SEMPRE seguiu,
pedir desculpas é bobagem. Minha única ressalva está na responsabilidade dos
jogadores e do artista em questão nos tempos de violência como o nosso. Ainda mais quando se usa a
imprensa para isso. Então todo cuidado é pouco, ainda que o álcool corra nas
veias das farras pós-título.
Rivalidade
é o que eu chamo de discutir ~amigavelmente~ o tamanho do pau futebolístico em
mesa de bar. De aparecer com o uniforme do time no trabalho/faculdade/escola só
pra zoar os coirmãos depois de ter vencido um jogo - se de goleada, então, a
galhofa é eterna. De compartilhar as montaginhas da zoeira nas redes sociais.
De cantar o nome do rival nas arquibancadas e mandar o craque do time deles
tomar no cu. O inimigo do seu adversário é seu amigo de infância durante uma
partida. E, do sofá, vc reza para o seu novo BFF (Best Friend Forevah) meter um golaço no seu
desafeto. Etc etc. Este é o corneta profissional, saudável, de raiz, tiro onda
do rivale e me voy.
O
anti é outra coisa, senhores. A própria torcida Corinthiana, que inventou o
termo, é a mesma que o banalizou e equivoca-se sobre ele. Aliás, não só ela,
por supuesto.
Vamos
lá (parte II):
Anti
é aquele cara que foi receber os
jogadores do Boca Juniors no aeroporto. É o cara que inventou AND industrializou
a camisa “Nunca Vou Parar de Rir”. É
o cara que criou um site de bolão de apostas para quando o Corinthians caísse
na Libertadores. É o cara que tá láááááá no Japão, o Timão faz um gol e ele
levanta a faixa: “Chora Porco” (sim, surpreenda-se: corinthiano TAMBÉM pode
ser anti). É o cara que trata de espalhar na internet um texto mentiroso
sobre a ~compra~ (risos, muitos risos) do
título do Corinthians de 98, da Libertadores e do Mundial de 2012 (o texto é o mesmo, só mudam os personagens.
O triste é que há quem acredite). O anti diz que “não gosto de futebol, mas
odeio o Corinthians” (Oi?).
Anti
é aquele cara que abre uma conta em todos os sites/blogs esportivos possíveis e
imagináveis SÓ pra comentar – e aloprar – na página do rival. O anti prefere
ver seu time perder ao ver o outro ganhar. Sabe? Muuuuita energia dispensada
pelo outro. Cansa a beleza só de pensar.
É
basicamente esta a diferença entre o corneta profissional e o anti - que pode
ser qualquer um, INCLUSIVE, um corinthiano.
Abro parêntese: não vou colocar neste rol
o caso dos que surraram corinthianos na cidade de Santos ou do vizinho que
esfaqueou e matou um corinthiano por conta da comemoração. Estes não são antis,
sequer são torcedores. São criminosos mesmo. Fecho parêntese
Espero
que tenha ficado claro e cêis não confundam mais. =)
É
óbvio que a gente gosta do tom respeitoso dos rivais depois de ganhar títulos
com tanta moral. Mas na hora que o bicho pega, honrarias e goleadas servem
mesmo para esfregar na cara do adversário. E a carreata de comemoração só é
linda se for do seu time. Do contrário, é um bando de vagabundo em pleno dia
útil atrapalhando a rotina alheia. Ah, o futebol...
Um
brinde à rivalidade nossa de cada dia!