domingo, 7 de junho de 2015

Achievement unlocked: fui a um show dos Backstreet Boys

(Texto dedicado à Isadora, minha irmã mais velha, com quem divido este blog, por ter me ensinado a gostar dos meninos da rua de trás; Dália, irmã mais nova, que me convidou para embarcar nesta loucura de ser criança novamente; Lipo e Nayara, tripulantes desta aventura louca; e todas as moças e moços da excursão que contribuíram com fotos, vídeos e novas memórias!)


Oh my God, they’re back again!
Sei que esse é o jeito mais clichê de começar a escrever sobre um show dos Backstreet Boys. Mas também é o mais inevitável. Não há nada mais adequado a dizer depois de testemunhar em pessoa o que os cinco já não tão meninos da rua de trás ainda são capazes de fazer com os nossos corpos e cordas vocais, mais de 15 anos após seu auge.
Eu já estava histérica antes mesmo de a banda subir ao palco. Durante a breve projeção de abertura, com imagens estilosas dos integrantes sobre um fundo vibrante, eu surtei, junto aos milhares de pessoas que lotaram o Chevrolet Hall. Tremia feito vara verde. Tão logo AJ despontou no topo dos degraus que serviam de cenário, seguido de Nick, Kevin, Brian e Howie, ao som da introdução de The Call, a casa veio abaixo. Eu não conseguia acreditar que estava ali, a poucos metros dos caras que decoraram a parede do meu quarto durante toda minha infância.

Os Backstreet Boys adentram o palco do Chevrolet Hall. Foto: Larissa Nunes

Aliás, passei os dois últimos meses não acreditando em muitas coisas: não acreditando que a banda ainda fazia turnês; que iniciariam sua passagem pela América do Sul justamente em Recife, a quatro horas de Maceió; que eu teria grana suficiente para comprar ingressos. O estado de negação durou até eu receber por e-mail os vouchers de confirmação da compra: a deliciosa coincidência entre local do show e minha relativa independência financeira – fatores que não eram nada além de um vislumbre remoto do futuro, 15 anos atrás – foram um convite irresistível. Era questão de ir ou ir.
Confesso que não sou uma das fãs que permaneceram lealmente ao lado da banda após o hiato entre Drowning e Never Gone. Com uma pontada de culpa e um quê de arrependimento, admito que o despontar da minha adolescência – fase que a maioria dos fãs dos Backstreet Boys estava na verdade deixando – junto à ausência prolongada dos cinco os colocou para escanteio no meu coração.
Mas eles nunca deixaram de ser meu guilty pleasure. Fosse em momentos de nostalgia ou nas notícias que chegavam a mim – saída do Kevin, turnê com o New Kids on the Block (para delírio de mães e filhas), retorno do filho pródigo – a banda ainda fez parte da minha adolescência e início da vida adulta. Decidi me educar e passei pouco mais de dois meses num intensivão BSB, junto à minha irmã mais nova – essa sim, mais inteirada da atividade da banda de 2005 pra cá.
Playlist no Spotify, vídeos novos e antigos no YouTube, DVD da atual tour, grupo de WhatsApp com dezenas de fãs bem mais fieis que eu, documentário sobre os 20 anos de carreira da banda: aprendi em 2 meses muito mais do que soube em minha vida inteira sobre os Backstreet Boys. Um imenso respeito se somou à minha admiração infantil, pela constatação de que na verdade chamá-los de prazer culpado era uma baita injustiça: eles são incrivelmente talentosos, ousados e cantam e dançam pra caramba. Para dizer o mínimo.
E tudo isso ficou mais claro ainda vendo-os ao vivo, sem nenhum recurso de playback, cantando e dançando como os meninos de 20 e poucos anos que eram quando ganharam o mundo. Estava tudo lá: a voz poderosa do AJ; o "amostramento" do Nick; o charme latino do Howie; o bom humor e o carisma do Brian... E o Kevin, 43 anos, vigor de 25, simpático e atencioso e fazendo valer meu título de Kevin Girl.
Mas havia ainda mais. Havia esses detalhes que a gente nota observando ao vivo (no limite do possível, já que ir à loucura era a ordem da noite), comparando com o que já viu e ouviu ao longo de toda a carreira. Vimos um A.J. líder, orgulhoso de estar de volta, de ainda estar em cena. Sr. McLean é a energia do grupo.  Ele e Nick, após enfrentarem sérios problemas com drogas, voltam reerguidos, maduros - apesar de o backstreet boy caçula ter ostentado seu corte de cabelo clássico e a mesma pegada "I'm sexy and I know it" de sempre, a gente te perdoa, Nick! Vimos um Howie mais presente, solto, com mais solos e o mesmo agudo poderoso dos tempos áureos. Brian, apesar de enfrentar seu próprio demônio - seus problemas vocais - não deixou de esbanjar carisma, simpatia, fazer brincadeiras, jogar bolas de sopro com as fãs... E uma melhora considerável nos vocais, os agudos no lugar, a energia de uma criança. Kevin, seu primo, também tem mais solos - e que bela voz você tem, sr. Richardson! - e mostra tanta segurança e desenvoltura no palco que nos perguntamos: esse homem ficou 6 anos fora mesmo?

Ao vivo: ainda melhores!

Nick ditou as regras para a noite depois das três primeiras músicas, mas nós já as estávamos obedecendo há muito tempo: “We want you to go crazy! We want you to lose your voice! And we want you to be 15 again tonight!”. Quanto essa última, fui ainda mais além, já que, aos 23 anos de idade, estou um pouco abaixo da média de idade das fãs dos Backstreet Boys. Voltei a 1998, aos meus 7 anos, época em que minha irmã mais velha espalhava pôsteres, gravava clipes no Disk MTV, comprava CDs e eu, como boa irmã mais nova, devorava tudo com avidez de criança.
O carisma e energia de cada um dos cinco integrantes fizeram as quase duas horas de show voarem. A noite foi recheada de momentos memoráveis. A velha forma de fazer a média com o público brasileiro: bandeira do país envolvendo Nick; elogio às brasileiras feito por Brian – “Vocês são as mais bonitas do mundo!”, “Não é justo!”, endossou AJ, cujo ponto fraco sempre foram, e ele admite, as mulheres. Aliás, durante as trocas de figurino, o bad boy não deixou de nos homenagear em momento algum, com uma regata com a estampa de Belém do Pará e posteriormente de uma caveira com chapéu de cangaceiro.

AJ homenageou o Brasil em todos as suas trocas de roupa


Nick jogou água em si mesmo, molhou o palco, se abaixou para enxugar enquanto Kevin nos perguntava “how do you say ass in Portuguese?”, dizendo que o colega acabaria caindo de bunda no chão. Diante da resposta, o quinteto não parou de repetir a palavra, e “bunda”, além de ganhar status de piada interna do show, acabou virando elogio: “Brazilian girls have big... bunda!”, disse um deles. “I noticed”, outro concordou, para delírio da multidão.

Nick enxuga o chão enquanto os outros membros conversam com a plateia

Uma fã invadiu o palco, agarrou Howie e o Sweet D não se fez de rogado: agarrou de volta e começou a pular com a moça sortuda, junto a Nick. Mais gritos quando ele, AJ e Nick mostraram o rebolado durante o set acústico – a justificativa de Howie para o momento calmo, com todos sentados e tocando instrumentos, é que daqui a 20 anos eles não estariam em tão boa forma, então aquilo seria uma antecipação do futuro.

Set acústico: os cinco integrantes mostram a capacidade vocal e tocam instrumentos

Eu alternei momentos de euforia pura com olhares embasbacados para o palco. Para quem sempre teve o obstáculo de uma tela, vê-los e ouvi-los ao vivo foi a coisa mais surreal do mundo. Tenho certeza que o mesmo pensou minha irmã, cujas primeiras experiências com eles foram aos 4, 5 anos de idade, e os amigos que arrastei comigo para essa aventura. (Com a exceção de um de nós, que adentrou o Chevrolet Hall sem conhecer quase nada e saiu um convertido backstreet boy – com direito a faixa rosa na cabeça).

Um de nós deixou o Chevrolet Hall convertido a backstreet boy!

O setlist reuniu os hits da banda – todos os meus favoritos, como 10.000 Promises, Show me the meaning of being lonely, We’ve got it goin’ on e Quit playing games (with my heart) – e o coro de fãs quase cobriu a voz dos rapazes. O quinteto também mostrou algumas faixas de seu novo trabalho, com destaque para as lindas Show ‘Em What You’re Made Of e Madeleine – esta última do set acústico.  


Um vídeo publicado por Ludmila Monteiro (@lud_mi_la) em
O show é encerrado com as frenéticas Everybody (Backstreet’s Back) e Larger Than Life – a banda trajando camisas da seleção brasileira – e nessa altura nossas gargantas falhavam, sobrecarregadas com a emoção e euforia. Vê-los deixar o palco chegou a doer. Passaria a noite inteira ali, insensível à dor nos meus pés, numa inevitável viagem no tempo que vai me acompanha pelos próximos dias, com toda a certeza.

Everybody teve direito à camisa da seleção e coreografia clássica


Em determinado momento, Brian, que me converteu numa ferrenha Brian Girl durante o show, fez a pergunta em cuja resposta eu havia pensado por toda a noite: “Vocês estarão conosco pelos próximos 20 anos?”. É claro que sim, Brian, e guilty pleasure my ass (ou minha bunda, como vocês cinco já sabem): In a World Like This já consta nas minhas playlists e o mundo que me julgue. Tem algo de atemporal na música destes cinco homens, que nos torna adolescentes outra vez... E isso os torna maior que a vida. Backstreet’s back, alright!

Fãs distribuíram cartazes para serem erguidos durante Incomplete




Brian brinca com a plateia: de hoje em diante, sou uma ferrenha Brian Girl

domingo, 8 de março de 2015

DIA DA MULHER: Happy hipócrita day!

Não, eu não quero flores nem parabéns por ser mulher. 

O Dia Internacional da Mulher tem como origem a luta das mulheres russas (obrigada, sovietes) por melhores condições de vida e de trabalho no final do século XX. Mais tarde, nos EUA, o Dia da Mulher virou mote pelo direito ao voto. E nós, ocidentais, seguimos celebrando o dia até os anos 20. Mas, a partir daí, a data foi esquecida e só recuperada pelo Movimento Feminista a partir da década de 60. Até chegarmos aos dias de hoje, onde o 8 de Março só serve pra vc me dar os parabéns e me mandar flores. E, quem sabe, perfumes.


Ontem eu assisti ao filme Doce Vingança e esta é a cena mais chocante sobre a história de uma mulher que foi estuprada por 5 homens. Como a arte imita a vida, a película traz diálogos que deixam claro do que se trata o estupro e não, não é por prazer, não é pela roupa. É por ódio. Misoginia. Num cenário em que a mulher é sempre a culpada por... ser mulher. Todo mundo já deve ter ouvido coisas do tipo: “ela provocou, tava de saia curta, decote”, “Ele brocha porque ela também não anima, não seduz, é toda desleixada”, “Olha, ela bebeu demais, não se deu ao respeito”. Enquanto o homem é esse pobre Adão seduzido por uma Eva malvada, levado ao limite dos seus instintos carnais porque, afinal, ele é como um bicho, não consegue se controlar, é homem, coitadinho. 

O resultado prático dessa cultura do “instinto” - aspas enooooormes porque isso é CONSTRUÇÃO CULTURAL, alguém disse aos homens que eles são animais irracionais e isso é imutável, intrínseco, biológico e blablaBULLSHIT e eles não apenas acreditaram como legitimaram essa mentira - é que em São Paulo foram registrados 50 mil casos de estupro no ano de 2012, 18% a mais que em 2011. Enquanto o número de homicídios dolosos ficou na casa dos 47 mil (fonte: http://glo.bo/1CON6dC), ou seja, o número de estupros SUPERA o número de homicídios e só tende a aumentar, ano pós ano. E isso tem a ver com o fato de as mulheres não mais ficarem caladas, submissas. Tem MUITO a ver com o fato de agora termos (um pouco de) voz e eles terem um pouco mais de ódio. Afinal, deve ser chato crescer achando que alguém nasceu pra te servir e do nada aparecem umas loucas dizendo que não, não tem que vestir a roupa certa pra eu não estuprar. Ou não, não tem que conquistar meu respeito porque é dela por direito. Ou ainda não, não tem que se vestir de gueixa e dançar a macarena pro meu pau subir, ora bolas, que mundo é esse que não gira em torno do meu umbigo??

Então não, eu não quero flores. Eu quero respeito, MESMO bebendo, rindo alto, usando esmalte vermelho, saia curta, decote, tatuagem porque isso nada tem a ver com meu caráter. Quero andar na rua ou no transporte público sem ser vista como uma carne de açougue. Aliás, quero não ser apenas carne de açougue para a sua diversão. Quero não ser julgada pela roupa que visto, pelos lugares que freqüento, pelas companhias que tenho, pelas tatuagens que carrego, pela família em que nasci porque NADA disso diz respeito ao meu caráter ou me define, mas me tolhe, me limita e me faz ser o que VOCÊ quer que eu seja, não o que realmente sou. É o preço que pago pra não ser jogada na fogueira.  

Quero um pouco de empatia pra que vcs entendam, de uma vez por todas, nosso maior pesadelo: o estupro – do corpo e da alma. Porque a verdade é que somos todas estupradas todos os fucking dias das nossas vidas.

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

SKOL & VONO: ESQUECI A EMPATIA EM CASA E TROUXE UMA PUBLICIDADE BABACA

Ontem tava conversando com meu chefe algo sério e um colega de trabalho passou a mão no meu cabelo. Diante do meu susto e do sorriso de canto do chefe, ele respondeu: “carinho”. E riu.
Eu não sei pra vcs, mas pra mim carinho é outra coisa. Vou ser a feminista chata estraga-prazeres, mas isso aí foi só invasivo. Posso incluir tbm um toque de desdém sobre o que eu estava falando. “Ain, que exagero”, a raça macha vai dizer. Amigão, se um dia vc nascer mulher e ser tocada sem que tenha dado permissão, ser chamada de “gostosa” na rua por um estranho e todo mundo te olhar, ser julgada pela forma como fala, como senta, como dança, como transa, como veste, como qualquer coisa, aí a gente conversa, beleza?
Os homens são criados para serem turrões, brigões, insensíveis. Porque sensibilidade não é coisa de macho, é coisa de frutinha. E o cara tem mais é que passar o rodo, separar as mina pra comer e pra casar, blablabullshits. Então quando eles são sensíveis e demonstram “carinho”, mesmo da forma mais torta, a sociedade entende como “romântico”, “bonitinho”. O cara tá lá, te ligando 90875432 vezes, batendo na porta da sua casa, forçando o desejo dele, mas ok, ele é romântico, um fofo. Agora e se for uma mulher? Ligando, enviando mensagens, declarações, batendo na casa do sujeito? Nooooooossa que louca, sai da minha vida sua psicopata, Medusa dos inferno!
E aí por falar no Machismo nosso de cada dia, parece que se concentrou forte numa categoria que vc jura ser bem descolada, bem cool, mas deve ter sido no século passado porque hoje é só escrota mesmo: a dos Publicitários. Sorry, amigos, já fui redatora publicitária, afirmo com a autoridade que me cabe.
Não raro a gente vê comercial de produto de limpeza com mulher quando, cada vez mais, homens moram sozinhos. E alguns (os melhores, diria minha vó), arriscam-se na limpeza. Antes disso: quando vivem em República, são estudantes e não querem pagar uma diarista. Fora o fato que só reforça o estereótipo de que limpeza é coisa de mulher. Homem de verdade é sujo, coça o saco e cospe na rua.
E as propagandas de cerveja? Noossa, é um filme de terror. Só de uns tempos pra cá começaram a aparecer algumas mulheres que também bebem. Mas em 90% delas são moças que estão ali apenas de bibelot, usando um biquini minúsculo ou de esposa chata ligando pro maridão voltar pra casa, afinal já tá tarde pra ficar bebendo cos amigo. QUE PREGUIZZZZZZZ! Sérião. Mulher bebe cerveja há pelo menos 1 século, minha vó bebia quando era nova e só não continuou depois de velha por causa da idade mesmo, mas adorava. E esposa que regula o marido, bitch, se enxerga, plis.
Lembro de um comercial da Skin que era um cara invisível invadindo o banheiro feminino, tirando o biquini das minas na praia e gente, qual é a graça num cara tocar o terror com a mulherada porque tá invisível? Isso mesmo, nenhuma. https://www.youtube.com/watch?v=8T6XQhLgO20 Porque vc, machão, não ia querer um gay invisível tirando sua sunga no mar ou tocando o terror no banheiro masculino, né? Ou te agarrando a força na balada, no carnaval. Mesma lógica.

- Ah, mas eu sou hétero, a mina também.
- Primeiro: como vc sabe? Segundo: mesmo que ela seja, não é pré-requisito pra ficar com vc. Ou vc aborda tudo que é tipo de mulher? A gente também não quer ficar com todo tipo de homem. Simples.
Pegando carona neste mote, ontem a Skol abriu a Campanha “Esqueci o ‘Não’ em casa” que é, basicamente, ignorar nosso “não”. Ignorar nosso “não” NO CARNAVAL. "Não" é NÃO, colega. Entenda isso de uma vez por todas. "Não" não quer dizer "talvez" e "talvez" não quer dizer "Sim", puta que me pariu.



Porém, felizmente ontem as minas conseguiram derrubar a campanha. E também ontem uma amiga, tbm feminista, recebeu convite de 4 veículos para dar sua opinião a respeito do horrendo "50 Tons de Cinza". Então ontem foi um dia em que eu tive orgulho de ser mulher e muita esperança em continuar sendo amanhã. De pouquinho em pouquinho, a gente vai mudando o mundo. A gente vai desconstruindo os estereótipos, o preconceito, o que sempre foi considerado normal e na verdade é só o exercício do domínio de um gênero sobre o outro.
Mas a luta não é fácil. Hoje, por exemplo, teve slut shame, teve chacota com estupro, teve muita coisa, menos empatia. E teve um vencedor, na minha opinião: a campanha da Vono. Afinal, todo mundo quer sua vezinha de ser machista antes que um dia seja demodé.
 

Por que a Vono foi a vencedora? A Skol se limitou a reproduzir um vício machista considerado normal. Não acho que teve a intenção de ofender, apenas não problematizou a questão. Machismo é neutralizado, automático, ninguém pensa sobre. Já a Campanha da Vono me soou apenas ofensa gratuita porque, apesar de atingir seu público-alvo que somos nós, mulheres, não flerta com seu produto: uma sopa. Foi bem tipo "fale mal, mas fale de mim". Bom, se eu já não tomava essa sopa rala que mais parece mijo de padre, agora menos anda.
 
Nada está normal enquanto alguém for ofendido. A diferença é que hoje a gente tem voz. Quer fazer piada com preto, pobre, gordo, nordestino, mulher? Beleza, mas agüenta as consequências. Porque caladas já ficamos tempo demais.