AVISO:
esse post contém fortes doses de opiniões contrárias à unanimidade e bastante
chorume. Se estiver indisposto, não prossiga e guarde as pedras no bolso.
Obrigada!
Foi-se
o tempo em que telefones serviam para entrar em contato, combinar um cinema,
fazer uma fofoca. As redes sociais tomaram esse espaço de modo que hoje são
quase a extensão da vida real. Ou algo paralelo, mas com a mesma importância.
Um lugar mágico onde fazemos e desfazemos amizades/affairs/namoros com a velocidade e a efemeridade de um simples botão follow/unfollow. Simples, rápido, fácil. Mas nem sempre indolor.
Um lugar mágico onde fazemos e desfazemos amizades/affairs/namoros com a velocidade e a efemeridade de um simples botão follow/unfollow. Simples, rápido, fácil. Mas nem sempre indolor.
Antes
das redes sociais, não era possível saber o quão babaca é seu colega de classe,
de trabalho ou mesmo seu irmão. Mas babaca do ponto de vista de quem? Do SEU, óbvio. E às vezes eles são
babacas mesmo e, noutras não raras vezes, VOCÊ é que é intolerante. Aliás, intolerância. Com as redes sociais
descobrimos o quão intolerante somos.
E
criamos regras pra tudo: não pode retuitar elogio, não pode gostar da Globo,
não curtir Beatles sem conhecer TODA a discografia, não pode fazer piada com
quem já morreu, não pode reclamar de juiz, não pode demonstrar carência, não
pode falar de novela/futebol, não pode reclamar do frio/calor e,
principalmente, não pode discordar de você.
Twitter
é para os fortes, eu diria. Mas não para os pacientes.
E
aí se nego quebra uma dessas regrinhas, unfollow. Pra quê esperá-lo quebrar TODAS
as regras, né? Time is money, next!
“Era
bom se houvesse unfollow na vida real.” Há controvérsias. Na vida real, a gente
precisa sentar e lidar com o quê/quem não gostamos - de preferência, sóbrios. Ou
você para e aprende a conviver com o outro ou vai embora - aquela história de “os
incomodados que se mudem”. Aí você decide ir embora, mas nem sempre é possível.
Também não dá para ir embora para sempre. Uma hora você precisa lidar com o mundo
que nem gente grande, felizmente a vida real não oferece botãozinho unfollow,
pagamento a crédito parcelado em 36 vezes e suaves prestações. É tudo ou nada,
aqui e agora. Real life sim, além de para os fortes, é para os budas.
Engraçado porque eu lido com o Twitter (vamos falar de Twitter para sermos mais
específicos) de maneira diferente da maioria. Considero MUITO antes de seguir
alguém e sigo poucos porque quero ler todos. E aí, vez ou outra, acontecia uma
amizade legal ou um affair - e uma história
em ambos. Quando levo unfollow de um ou de outro, sempre penso nessa história ou no que poderia ter sido ou
no inevitável o quê eu fiz?. No fim,
a gente lembra do começo.
Isso,
obviamente, é um problema MEU porque sou insegura. Então, unfollow pra mim é rejeição - pelo que falo e por aquilo que represento. A não ser que sejam coisas muito pontuais: “vc flooda a TL em dia
de jogo”, “vc fala muito de política”, “vc fala muito”. E os amigos que me
explicaram isso como quem diz “Vamos ali tomar um chope?” são meus amigos até
hoje porque lido bem com foras e porquês, mas não trabalho com abandono, sem
bilhete, sem vestígios. Trabalho com reciprocidade, o resto é migalha.
Não, não me abandone!
Não me desespere!
Porque eu não posso ficar sem vocêêê!
Porque eu não posso ficar sem vocêêê!
Já
bati na casa de um cara SÓ pra saber se ele ainda me queria. O moço solenemente
disse que não e me mandou ir embora. Desnecessário o que eu fiz? Muito! Mas eu
precisava fazer isso por mim ou não
teria paz. Ele me deu o fora, disse o porquê e a vida seguiu. Percebe?
E
já levei milhares de unfollows e blocks dos que eu considerava próximos, sem
nenhuma despedida. Em mim, sempre fica uma lacuna aberta. Aí fico um tempo feito alma penada procurando um limbo.
Em
outro caso, eu seguia uma amiga de faculdade da qual discordava politicamente.
E foi-se por longos anos até que eu a bloqueei porque 90% dos tweets dela eram
indiretas grosseiras a mim. Mas antes de lhe dar block, eu escrevi uma carta aberta propondo
uma trégua. Ela nunca respondeu e nunca mais nos falamos. Paciência, doeu mais
em mim que nela.
E se até ele reclama de unfollow, pq não eu?
Claro,
ninguém é obrigado a dar explicações depois de unfollow, de repente, o “unfolado”
nem vale isso na sua concepção. Reitero que essa é minha postura, especialmente com os mais próximos. Na verdade,
nunca dou unfollow em quem considero “amigo”, geralmente dou unfollow back. Alguns
dirão que faz parte do show, afinal você não é obrigado a ler quem não quer.
Concordo e por isso pondero antes. Sigo
poucos e bons.
No
entanto, vejam só, as redes sociais deram um jeitinho de amenizar a dor do
rejeitado: há uma ferramenta em que o usuário deixa de ler quem não quer, mas
não necessariamente desfaz a amizade. É uma espécie de filtro – nego me põe na
peneira e não me lê mais, só que ele não me deu unfollow ou cancelou minha
assinatura, eu continuo ali, na listinha.
Aí
pergunto: pra quê?
Se
o filtrado não é seu parente, por que ainda ser seu amiguinho virtual? Política
de boa vizinhança? Ah, vocês me desculpem, mas filtro é para quem não tem
cojones. Dar-se-á o mérito a quem pratica unfollow neste caso.
Nego
unfola no tuito e mantém ~amizade~ no Facebook. Gente, não! Vamos ficar de mal
de uma vez só. Corta-aqui-o-dedinho-que-já-vai-fe-char.
“Ah,
mas eu nada tenho contra você, apenas contra o que você escreve”. RISOS.
Enfim,
para muitos tudo isso não passa de uma enorme bobagem e eu estou sendo uma
otária melodramática. É, sou dessas, pago o preço. Não sei ser desencanada,
forte, segura, toco a bola pra frente e me voy. Meu sobrenome é drama e pra mim
unfollow é coisa séria.
Beijo!
2 comentários:
Me identifiquei. rsrs
Apesar de acvhar um assunto banal, me senti meio assim esses dias.
P.S. Edita a tua barrinha de compartilhamentos. Pois quando eu compartilho no twitter, pelo botão da barra inferior, não aparece, no tweet, teu twitter (ou do blog).
Enfim, isso pode ajudar a divulgar o blog.
Abraços.
Opa, obrigada, DiRenan!
Em tempo: o assunto é banal, vdd, mas é o que a nossa vida tem sido. A minha, pelo menos.
Abs!
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