Lembro direitinho de como e quando ganhei meu primeiro livro de Harry Potter. 25 de dezembro de 2000, Natal, véspera de uma viagem de férias. Eu sempre gostei de ler, mas não era algo que me fizesse esquecer praia e piscina com a família, então demorei umas duas semanas até lembrar da existência daquele volume fininho de capa estranha e título em verde brilhante (o logotipo com o raio no ‘P’ ainda não existia).
Foi amor à primeira leitura, e creio que muitos dos fãs mais antigos de Harry Potter sabem do que eu estou falando. Uma escrita fluida, uma história mágica e ao mesmo tempo sombria... Era irresistível! Veio a ansiedade pelo segundo, depois pelo terceiro... Eu e meus colegas de turma não falávamos de outra coisa. Simplesmente não conseguíamos tirar a cara dos livros. Li Pedra Filosofal em duas semanas, Câmara Secreta em uma semana e meia, Prisioneiro em uma semana e Cálice de Fogo em quatro dias.
Emoção suprema mesmo foi quando descobrimos que nosso livro preferido viraria filme. Não consigo descrever o nível da minha histeria no momento em que vi o trailer. Acho que, para muitos de nós, o primeiro filme é um dos melhores. É uma preferência muito subjetiva, ligada à nossa euforia de criança em ver na telona algo que sempre nos aguçou a imaginação durante as leituras. Enfim...
Particularmente, eu não sou uma grande fã da série cinematográfica de Harry Potter. As adaptações deixaram muito a desejar, em termos de roteiro, atuações, elenco... Mas estive no cinema, fielmente, a cada exibição, ao longo destes 10 anos. E agora que assisti ao último, é difícil acreditar que acabou. Me sinto meio órfã, a ficha não caiu, sabem? Parece exagero, mas eu cresci com Harry Potter. Não eu, somente, mas toda uma geração de fãs e leitores apaixonados. Nós vimos a série crescer. As locações, os atores, tudo. Foi graças a HP que melhorei meu nível de leitura e de escrita.Não consigo acreditar que não haverá mais estréias, ou fãs loucos nas filas de cinema ostentando varinhas, chapéus, corujas e até mesmo o uniforme de Hogwarts. Como assim, acabou?
Creio que todos nós partilhamos esse sentimento, sejamos fãs loucos a ponto de vestir, literalmente, a camisa do personagem, ou fãs moderados, que leram os livros, foram ao cinema e só. Independentemente de livro, filme, personagem ou Casa favoritos, estamos órfãos. E duvido, sinceramente, que uma outra série consiga alcançar o mesmo feito da septologia de J. K. Rowling. Que outro filme marque tanto as carreiras de Daniel Radcliffe, Emma Watson e Rupert Grint. Até mesmo que a própria Joanne consiga se desvincular do mundo que criou, nos próximos livros que vier a escrever. Harry Potter é um feito único, entendem? E insuperável. Não estou falando apenas da qualidade da série em si, mas do que ela conseguiu agregar ao seu redor. Foi impressionante.
Depois de devorar os últimos livros numa velocidade impressionante e, agora, ter assistido o último filme – que, cá entre nós, em comparação ao restante da série, conseguiu ser uma boa, densa e emocionante adaptação – eu percebo que a coisa pela qual tanto esperei já aconteceu e... E agora?
Agora que não temos mais o que esperar, bem... Não nos resta nada a não ser conservar os livros, para que nossos filhos leiam. E esperar, com todo o coração, que as futuras gerações tenham algo melhor a lembrar que a triste da Saga Crepúsculo.
2 comentários:
ganhamos o a pedra filosofal no mesmo dia do mesmo ano, ó. hp melhorou meu nível de leitura, sim, mas a qualidade não sinto que melhorou não. na verdade, eu nunca encarei muito hp como um exemplo de boa escrita até ler os dois últimos livros da série, quando pensei que sim, eles eram bem construídos, ela maturou o livro conforme seus personagens "maturavam" - o máximo que se pode até os 17 (por sinal, hoje, nenhum dos atores me passam a sensação de ter 17 ou 18 anos, todos me parecem... velhos). se ela planejava livros bem escritos ou se ela melhorou com o tempo, não sei, talvez os dois.
guardar os hps para o futuro é uma coisa que nunca me passou, mas é bem provável que aconteça. seria melhor, é claro que eles começassem por algo melhor, mas se não for possível, esse não é um mau começo...
Lembrei-me de outra amiga minha qeu também cresceu junto cmo HP e fiquei muito comovido. Estou escrevendo um texto maior acerca disso, sob uma perspectiva de quem sempre foi bastante analfa em HP.
Postar um comentário